08 março 2006
Condições de trabalho das mulheres - nada a comemorar!

Isto é bom? Talvez, não fosse pelo fato de que em 2005 o salário médio que receberam foi R$454 menor que o pago aos homens. É melhor que estar desempregada? Certo que sim, mas nos códigos trabalhistas, nos acordos coletivos não está previsto que o trabalho da mulher vale menos. E porquê nosso governo não sanciona as empresas que descumprem as leis? Ora, porque estão a serviço dos capitalistas. E nós, ficamos quietas? Não, a briga já começa no sindicato, se também faz vista grossa.
A situação é ainda pior na fronteira do México com os EUA, onde existem as maquiladoras - fábricas com os maiores níveis de exploração dada a localização em zonas onde os direitos trabalhistas não são respeitados e a mão-de-obra é abundante e barata – onde mais da metade dos empregados são mulheres entre 15 e 20 anos que ocupam a função de operárias com os menores salários do continente, enquanto os homens ocupam os cargos administrativos. São demitidas ao engravidarem e não podem usufruir do direito à licença-gestante.
Em alguns casos são submetidas ao testes de gravidez como parte dos critérios de seleção. Muitas, por serem imigrantes ilegais, sofrem todo tipo de violência, desde o assédio moral até o sexual, em troca da conivência do empregador com sua situação para continuar trabalhando. Portanto, sofrem a violação tanto dos direitos trabalhistas quanto dos direitos humanos.
Isto é resultado da decadência do sistema capitalista que ao mesmo tempo em que pressiona para desrregulamentar os direitos trabalhistas até voltarmos à escravidão, também reduz postos de trabalho, garantindo um exército de desempregados em crescimento e cada vez mais desesperado e sujeito a qualquer condição para trabalhar. Numa situação como esta, que também ocorre no resto do mundo, só a luta no sentido contrário pode ajudar.
Não ajuda a posição daqueles que, dando-se por vencidos pelo sistema que joga a humanidade na sarjeta, passam a propor como solução a regulamentação da exploração sexual de mulheres sejam elas operárias, seja as universitárias. São estes intelectuais e partidos burgueses que passam a defender a regulamentação da prostituição como emprego.
Há também movimentos da esquerda e os ditos feministas que o defendem, numa demonstração clara de que também abandonam a luta. Hahhh, mais elas gostam! Talvez porque não seja tão ruim quanto morrer doente de fome ou estar sujeita a condições de vida onde a miséria, o desespero, o álcool e as drogas criam situações de violência doméstica em que ela e seus filhos são vitimados. Ter que depender de um marido ou pai que a humilha e espanca. Pergunte se ela não preferiria ser uma médica, uma advogada, uma artista plástica ou uma servidora pública concursada?
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