Conciliação ou Luta de Classe

ABC da greve (1979) de Léon Hirszman, mostra a greve de 1979 no ABC, quando 150 mil operários reivindicavam melhores salários. Uma afronta ao regime militar, que favorecia os lucros capitalistas com o arrocho salarial e impedindo os sindicatos de se manifestarem.

Um dos melhores momentos é quando a assembléia de metalúrgicos transbordando o Estádio da Vila Euclides, encobre a voz de Lula gritando “Trabalhador Unido! Jamais será vencido!!”. Era um grito de desconfiança e consciência de classe de que a greve deveria continuar. Porque Lula apresentava como proposta de acordo, a condição da patronal: fim da greve e só depois, a recomposição salarial.

Momentos antes, grevistas mostram disposição de inclusive se armarem contra a polícia para manter a greve. Mas do microfone Lula amedrontava com o perigo da polícia assassina. A greve acaba e logo percebe-se o golpe, do qual Lula foi cúmplice. No ano seguinte a greve retornaria ainda mais forte, durando 40 dias de confrontos.

Já estava lá a idéia da conciliação entre patrões e empregados, em lugar da luta de classe. Não por acaso esta tem sido a principal arma do governo Lula para atacar os trabalhadores e suas organizações.

Para ler e compreender:

• Greve de Massas, Partido e Sindicatos. Rosa Luxemburgo
• Sobre as Greves. Vladimir I. Lenin
• A rebeldia do trabalho - O confronto operário no ABC paulista: as greves de 1978/80, Ricardo Antunes