L U T A S e m p a u t a ...: A lição do magistério de Oaxaca
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02 novembro 2006

A lição do magistério de Oaxaca

O protesto em Oaxaca começou como expressão da luta do magistério por aumento salarial pela via do rezoneamento por custo de vida. A mobilização dos professores começou numa data simbólica e tradicional no México: o dia 15 de maio, Dia do Professor.

O protesto tornou-se mais radicalizado diante da intransigência das autoridades estaduais que, sem negociar, enviaram suas forças policiais para despejarem pela força os líderes acampados no centro da cidade de Oaxaca. A repressão selvagem do dia 14 de junho levou à radicalização dos professores que, a partir de então, exigiram a destituição do governador Ulises Ruiz.

A greve do magistério oaxaquenho é um movimento legítimo que tenta encontrar solução para uma série de reivindicações e busca a satisfação de uma demanda central: o rezoneamento por custo de vida. O custo de vida em Oaxaca aumentou dramaticamente devido, até certo ponto, à presença do turismo. Pela via do rezoneamento os professores desse estado solicitam um aumento salarial que acompanhe os efeitos do aumento na cesta básica. Essa demanda está sendo feita desde 1979 pela Coordenadora Nacional de Trabalhadores da Educação (CNTE) em alguns estados.

Os professores oaxaquenhos contam com uma experiência de luta constante que já tem 26 anos.
Nesse tempo, foram assassinados vários dos seus dirigentes, houve tentativas de impor representantes, foram perseguidos e a gestão da sua mesa diretiva tem sido bloqueada, mas tudo tem sido em vão. Eles já sobreviveram a cinco presidentes da República, a vários governadores e aos coronelismos sindicais de Carlos Jonguitud Barrios e Elba Esther Gordillo. Sua coesão sindical tem permitido que eles enfrentem com sucesso todas as tentativas que feitas pelo poder para dividi-los.

Além da militância sindical, os trabalhadores da educação de Oaxaca possuem uma longa história de parceria com organizações campesinas e indígenas. Seu conhecimento do idioma espanhol e dos meandros das instituições faz deles, com muita freqüência, gestores dos problemas dos povoados.

A responsabilidade que sentem os professores com respeito às suas comunidades é tal que a maioria deles deixaram a ocupação da capital oaxaquenha durante duas semanas, para finalizar o ciclo escolar nas suas comunidades. Terminadas as aulas, voltaram à cidade para seguir adiante com seu plano de ação. A cidade de Oaxaca está tomada por eles.

1 Comments:

At 3:06 AM, Anonymous Anônimo said...

Sou professora no brasil e acho que o magistério de Oaxaca está nos dando uma lição, de que é possível brigar por melhores salários, de que é possível enfrentar a direção pelega da Apeoesp, de que é possível nos levantar...
Viva Oaxaca!!

 

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