Mais uma do senador da ditadura

Vejam que absurdo!

O sociólogo Emir Sader, professor da UFRJ e da USP, acaba de ser condenado à prisão, em regime aberto, além da perda da função pública de professor. A sentença é do juiz Rodrigo César Muller Valente, da 11ª Vara Criminal de São Paulo, e foi dada no processo movido pelo senador Jorge Bornhausen (PFL-SC).

O motivo: após a declaração do presidente do PFL, há cerca de um ano, de que o Brasil precisava “livrar-se dessa raça”, em referência ao PT e aos petistas, Emir Sader atribuiu a ele, em artigo no site Carta Maior, no dia 28 de agosto de 2005, a prática de “racismo”, discriminação aos ‘negros, pobres, sujos e brutos’, intitulando-o de fascista.

Aliás, não foi o único. A reação não poderia deixar de ser a mesma por outros tantos que continuam a combater a burguesia neste país, e que estiveram direta ou indiretamente envolvidos nas lutas que deram origem ao PT.

Para quem conhece o senador, a infame frase não foi uma novidade. Bornhausen tem um currículo que faz jus a seu partido, dos mais reacionários da história nacional, de ACM e Jader Barbalho. Durante a ditadura militar, Bornhausen foi colocado como “Governador Biônico” no estado de Santa Catarina. Não por acaso, Florianópolis foi a capital escolhida pelo então presidente, general Figueiredo para um discurso à nação, quando o regime começava a passar mal com as greves e revoltas contra o arrocho salarial que estouravam no estado de São Paulo.

Nesse dia, 30 de novembro de 1979, Figueiredo foi recebido com uma manifestação contra a ditadura. Bornhausen, através de sua polícia, reprimiu a manifestação e deixou várias pessoas feridas, sete estudantes universitários foram presos e enquadrados na "Lei de Segurança Nacional". A TV Cultura, atual TV Barriga Verde, que fazia a cobertura da reportagem, teve todo o material apreendido.

Portanto, esta sua ação contra Sader, é apenas mais uma que viola o direito constitucional a livre manifestação. Assim, mais uma vez, não poderia se justificar por calúnia. A história do Senador Bornhausen é de truculências, violências e repressões, e nisso, ele se iguala aos facistas, o que não é uma questão de opinião.

O que nós temos com isso? O direito à liberdade de expressão e manifestação é uma condição necessária para quem precisa se defender e lutar. Uma vez em questão, deve ser defendida e reiterada.

Aos que desejarem aderir ao Manifesto de Solidariedade a Emir Sader, entrar em: http://www.petitiononline.com/emir/petition-sign.html

Nota: As referências históricas podem ser encontradas no site do Sindicato dos Servidores da UFSC: http://www.sintufsc.ufsc.br/artigos_2002/artigo_016.htm